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01-04-2003

E que tenho eu a ver com os outros?


Opinião

E que tenho eu a ver com os outros? António Marcelino (*) No dia a dia da vida, os outros tanto são para nós ocasião de estima, como de desamor e de pesar. Tanto são irmãos, como estranhos. Tanto nos estimulam, como nos desanimam. Tanto nos alegram, como nos penalizam. Porém, são sempre pessoas como nós, com a sua história pessoal e familiar, com os seus êxitos e fracassos, com os seus projectos e desânimos, com a sua generosidade e o seu egoísmo. Em cada um de nós, espelha-se o rosto do outro, está sempre o reflexo do outro. Também nós somos o outro. Todos iguais, todos diferentes, todos separados, todos inseparáveis. Não há vida sem os outros. Quem se gosta só a si, auto mutila-se, entra em derrapagem de empobrecimento, perde a riqueza do confronto, embota os sentimentos, seca a fonte indispensável da relação pessoal. A solidariedade é um sentimento positivo de pertença aos outros, de ter os outros como parte de si próprio. Leva à descoberta que o outro é aquele que cada um de nós completa e por quem é completado. Um sentimento que gera atitudes de compromisso, gestos de fraternidade, permuta e partilha dos mais diversos bens. Não é um sentimento de protecção para com o mais pobre ou mais fraco. É uma experiência única de igualdade radical, de possibilidade de sintonizar alegrias e tristezas e de vivenciar, de modo ímpar, a limitação e a grandeza que todos levamos em nós próprios, como património comum de uma natureza igual. Promover a cultura da solidariedade écriar condições efectivas para que cada um se exprima de modo humano, cresça em bondade e humanidade, dê a si próprio a alegria de fazer bem feito o bem que faz. Há muita gente dedicada a promover a solidariedade e a fazer dela uma acção permanente. Voluntários que podiam usufruir do descanso que uma aposentação propícia ou empenhar-se em tarefas rendáveis, que para tanto lhes sobra engenho e tempo, encontram maneira de ser para os outros, repartindo quanto de seu lhes pode ser útil. Ser solidário não é atirar migalhas que sobram sobre os que nada têm. É gesto de coração, pronúncia de amor discreto. Quando não é assim, o tempo apaga os gestos que de si nasceram já mortos. Venho vivendo semanas seguidas de contacto com gente solidária que se entrega a obra, instituições e tarefas, de que muitos outros beneficiam. São mãos amigas e corações disponíveis que tecem redes de fraternidade e aquecem a frieza de um mundo de gente egoísta que só se empenha no que lhe dá lucro ou prazer. Não era possível tanto bem se nos outros não se vissem irmãos. A dívida do amor aos outros nunca está paga. E quem vai dando, cada dia, por conta destre dívida, enquece sempre mais. (*) Bispo de Aveiro (17 Fev 03 / 9:51)

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